Grave

Menina de 3 anos baleada sofre parada cardíaca e é reanimada

Tiro partiu de viatura da Polícia Rodoviária Federal

Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, foi reanimada por médicos do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes
Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, foi reanimada por médicos do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes |  Foto: Reprodução
 

A menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, sofreu uma parada cardiorrespiratória na madrugada desta quinta-feira (14). Ela foi baleada no último dia 7.

O tiro partiu de viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação criminal para apurar a ação.

Ela foi reanimada por médicos do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, informou a Secretaria de Saúde de Duque de Caxias.

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“A paciente está hemodinamicamente instável e segue entubada no CTI pediátrico”, diz o boletim médico divulgado nesta manhã.

Segundo parentes da menina Heloísa dos Santos Silva, agentes da PRF abriram fogo contra o veículo da família, atingindo a criança na cabeça e na coluna.

O carro da família passava pelo Arco Metropolitano, em Seropédica, na Baixada Fluminense, quando foi alvejado. O caso ocorreu na noite da última quinta-feira (7).

Além de Heloísa, estavam no carro o pai, a mãe, a irmã de 8 anos e uma tia. A menina está internada em estado grave.

Na sexta-feira (8), o MPF instaurou o procedimento investigatório requisitando à Superintendência da PRF a identificação do autor ou dos autores dos disparos, o afastamento de todos os envolvidos na operação por 30 dias e o recolhimento imediato das armas utilizadas na ação para realização de perícia. O órgão pede, ainda, acesso ao procedimento investigatório interno aberto na Corregedoria da PRF.

No sábado (9), representantes do MPF estiveram no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, onde a menina de 3 anos está internada.

Segundo o procurador da República responsável pela abertura da investigação, Eduardo Santos de Oliveira Benones, o objetivo foi verificar o estado de saúde da vítima e obter a identidade da equipe médica que prestou os primeiros atendimentos e segue acompanhando o tratamento.

Agente à paisana 

O MPF também vai apurar uma informação que recebeu durante ao hospital: um agente da PRF à paisana teria entrado no centro de terapia intensiva onde está a criança, sem autorização da segurança do centro de saúde. O procurador responsável pela investigação solicitou, ainda, informação sobre eventual assistência prestada pela PRF à família nos cuidados com a menina.

Com o procedimento, o MPF busca apurar suposto crime de lesão corporal ou tentativa de homicídio qualificada pela idade da vítima, sem prejuízo de outras condutas criminosas verificadas no curso das apurações.

Segundo relatos do pai da criança baleada, o veículo com a família passou perto do posto da PRF sem ser abordado e, em seguida, foi seguido de perto por um carro da polícia. O homem conta que, ao diminuir a velocidade e dar seta, indicando que iria parar, os disparos foram efetuados pelos agentes em direção ao veículo, atingindo a menina.

A PRF diz que realizou a abordagem por suspeita de que o veículo dirigido pela família fosse roubado.

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